Rádio

Merci Beaucoup


Acabei de ler Madame Bovary. É um clássico, marco da literatura universal, ponto de inflexão no romance, mesmo assim nunca tinha lido. Sei lá falta de tempo, de interesse (a fila de leitura é enorme). A história até as criançinhas do berçário conhecem: dona de casa entediada (acho que o Carlos não dava no couro!) encontra felicidade nos braços de outro.

Considerado picante na época, na verdade não faz nem uma freira corar. Deixa muito pra imaginação preencher, como no caso da longa corrida de carruagem. Imagina como deve ser desconfortável fazer aquilo sacolejando dentro de um cesto de piquinique gigante. Flaubert, seu autor, foi acusado de obceno. Obceno é esse meu curta aqui e ninguém disse nada.

Enfim, escrevendo o livro teve tudo aquilo que um artista precisa, publicidade grátis. E apesar de tudo, não gostei. É foda admitir isso em público, afinal tenho uma cóf reputação literária a zelar, mas não curti. Aquele vazio que permeia a existência de Ema, aquele sofrimento todo por causa de um cara (Ó, Rodolfo!), toda a desgraceira previsível no final, vou te contar! Tem duas versões famosas pra cinema: uma do Chabrol e outra do Vincent Minneli. Vou ver se consigo a hollywoodiana, quem sabe o fim seja diferente.

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Demorô!!!!!

Cacete! Como que eu vivi tanto tempo sem Amy Winehouse, a nossa Billie Holiday dos 00´s?

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Cara nova

Layout novo. Fazia tempo que ele tava podre e ninguém me avisou. Vou encomendar um novo pro Rei. O cara tem as manhas pra personalizar o visual. Confira o trampo dele em Contos do Leandroide.
Valeu cara!

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Revolução musical

E o último do Radiohead? Já baixei e mandei a conta pra eles.

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Trampo novo

Hoje comecei a trabalhar numa produtora no Estreito, a 194. Tinha conversado com o Daniel, um dos sócios, porque um cara me telefonou indicando que falasse com ele para fazer a gravação de um casamento. Na sexta passada eu levei meu material para avaliação. Eu não tinha o que ele queria ver: gravação de eventos. Mas mostrei meus comerciais e alguns institucionais e isso bastou para que ele me convidasse a voltar na segunda como contratado. Eu prestaria serviços como pessoa jurídica.

Cheguei pontualmente às nove. Fiquei esperando na recepção enquanto Daniel colocava as coisas em ordem (parece que a irmã dele estava se desligando da empresa). Além da Dona Nádia, a mãe dele e recepcionista, conheci o Maicon, motoboy da firrrrma. Pareceu gente boa mas meio desconfiado. Quando o Daniel voltou me conduziu para outra sala e para me familiarizar com os produtos deles, assisti um dvd com o padrão de edição dos casamentos. Depois disso fui para a sala de edição, onde ficam as 4 ilhas. Lá estavam Viviane, a irmã do Daniel e esposa do Paulo, o outro sócio, Karla com K, que também era nova na empresa e Fillipi, que como Maicon me pareceu bem na dele.

Depois da curta apresentação, sentei e comecei a capturar as fitas do casamento de um casal de gordinhos. Por que sempre se chama gordo de gordinho? Eles sabem que são gordos, mas tudo bem.

A edição deles é cheia de esquema. Tem menus e submenus, coisa que nunca fiz nos meus casamentos, vinhetas e taus. Não sei mexer no After (falha minha, eu sei!) e para fazer as vinhetas é precisa usá-lo. Ninguém ali sabia, apenas seguia uma receita de bolo que um outro editor tinha feito. Anotei os passos necessários e fiz o que era preciso. Parece divertido esse negócio de edição de casórios. Vamos ver no que vai dar!

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Atendendo a pedidos

Lembra que ontem falei que ia publicar a frase? Pois é resolvi fazer diferente. Coloquei a frase no post original, agora só lendo tudo que foi publicado recentemente pra saber o que causou tanta celeuma.

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Fim da novela

Amanhã revelo a frase que subtraí daquela fatídica postagem.

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Censura livre

Qual o limite de liberdade de expressão que um blogue deve ter? Faço essa pergunta pra dizer que fui censurado nesse meu espaço. E o pior que a censura partiu de mim mesmo. Uma pessoa foi citada em um washington post anterior e não gostou nada nada do que eu falei, apesar de achar que não tinha nada demais, eu não estava faltando com a verdade. Se tem algo que sou implacavelmente a favor é a verdade. Doa a quem doer. No caso pra não doer em mim, retirei uma frase do texto e pumba, tudo resolvido, uma amizade (?) que não foi perdida. Será que faltaram colhões ao nosso autor ou foi esse novo mundo, onde ser bi é quase regra, que venceu?

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Fernando Gonsales




Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 10:54:00 AM 0 comentários  

Twitter

Mais uma bobagem que ficarei viciado.

www.twitter.com

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 4:05:00 PM 0 comentários  

O terror do escritor

Abri o Word. Página em branco filha da puta e ainda por cima essa porra desse cursor piscando no compasso de espera. Não adianta, não vou te alimentar com qualquer coisa, tem que ser uma idéia muito inspirada.

Mas o incrível acontece, a página me respondeu com letrinhas formando uma ordem: me alimenta. Fiquei imaginando a planta da Pequena Loja dos Horrores. Escrevi de volta que não. A página, já não mais em branco, continuou: escreve qualquer coisa, a idéia vai surgir, te garanto. Eu: será? Ela: sim, basta o pontapé inicial e vem tudo. Eu: será? Ela: vai por mim.

Conversamos tanto que estávamos na décima página quando fiz uma pausa para um leite com bolachas Maria. Voltei pro PC e fui até as 3 da manhã escrevendo e sendo respondido. Quando falei para amigos do prodígio da tecnologia que acontecera ninguém acreditou, nem eu acreditaria se me contassem. Só para não passar por mentiroso consegui uma testemunha que atestou fielmente o que vira, eu digitando algo e sendo contestado pela máquina.

Na verdade eu quero ver se me livro desse computador, no princípio parecia interessante mas agora está me enlouquecendo, já que está contando histórias repetidas, coisa que acho das mais abomináveis do mundo.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 2:03:00 PM 0 comentários  

Encontro às escuras

Ontem fiz uma coisa que até então nunca tinha feito na vida. Não, não dei o cu. Isso nunca acontecerá. Fui num encontro do orkut. Do povo da comunidade Los Hermanos Floripa. À exceção de uma mostra de filmes iranianos, tem coisa mais cult que essa prum sábado à noite, que ainda por cima estava frio?

Quando cheguei tinha o povo que conversava numa roda animada como velhos conhecidos e outro que tocava violão. Tímido que sou, preferi deixar a música falar por mim. Foi bem legal. A cantoria corria tranqüila até que lá pelas tantas um cara passou mal, mal mesmo, estilo abraçado na privada. Como ele tinha ficado nesse estado ninguém sabia. Não era como se fosse a festa do chopp, com dezenas de barris liberados, entende? O fato é que ele interditou o banheiro. Fui remetido à minha adolescência e minhas bebedeiras homéricas. Ah! As conseqüências de se beber destilados de qualidade duvidosa.

A coisa estava caótica, demoraram pra tirar o cara do WC. Logo todos os amigos do sujeito estavam em volta dele, inerte numa cadeira de piscina, velando o cara como se fosse uma missa de corpo presente. Diria que outro ponto alto da festa foi umas minas se atracando, isso depois de uma delas ter ficado com um cara. Entre mortos e feridos salvaram-se todos e foi uma boa oportunidade de fazer amigos e influenciar pessoas.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 6:04:00 PM 5 comentários  

XXXII

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 12:00:00 AM 0 comentários  

Um artista de futuro


Mekron, para quem não conhece, é um ícone da música em Floripa. Volta e meia aparece em programas de auditório, ora como jurado, ora como atração. Até na Lucianta Gimenez ele foi. Ele é um ícone não no bom sentido, já que ele não pode ser levado a sério. Seu visual AXL Rose, o vocal totalmente fora do tempo e fora do tom parece piada mas é verdade. Rosas Negras II, seu segundo CD, é a prova de toda a falta de talento desse nosso querido Joselito. Nostalgia é o carro-chefe, tem até clipe. Diria que a minha preferida é Camarilla, onde revela como foi influenciado por Misfits.

Quando escutei o referido CD não acreditei, era ruim demais para ser verdade, já vi demos, das em fita K7, menos piores. O resultado da obra é mais feio do que bater na mãe. Ainda assim, por esses insondáveis mistérios da vida, ele fechou acordo de distribuição com uma rede de lojas de departamento e tem conseguido bastante mídia local. Fico imaginando como seria a repercussão se o produto fosse bom. Como o Superman, fui exposto a um tipo letal de criptonita e a coisa só piorou quando soube que ele andava atrás de mim para que fizesse seu clipe. Como dizer não para alguém assim? Dizem que ele tem bon$ argumento$.

O que me motivou a escrever essa contribuição não é chover no molhado, é relatar um fato que aconteceu com o artista em questão. Afinal eu posso escutar, detestar e redigir esse texto para dizer o que penso dele ao overmundo, tenho esse direito. Podem até fazer uma comunidade "homenagem" pra ele no orkut como fizeram. Vai uma grande diferença disso tudo a tacar limão, cuspir nele e quebrar sua aparelhagem, fato ocorrido no dia 23 de junho, quando se apresentava no festival Pé-na-Jaca, com a banda Tumor Maligno.Fica aqui o meu profundo repúdio ao ato de selvageria de meia-dúzia de metaleiros mal resolvidos.

Confira o site oficial da figura.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 5:30:00 PM 1 comentários  

Carreiras (Crítica do filme)

Carreiras, o último filme do dramaturgo Domingos de Oliveira, estreou antes na telinha (Canal Brasil), numa estratégia similar a Dias Melhores Virão, de 1990, de Cacá Diegues.

Baseado numa peça de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha (criador de A Grande Família), o longa, produzido em vídeo digital durante 8 noites, mostra uma noite na vida de uma âncora de telejornal, Ana Laura (a ótima Priscila Rozenbaum), que descobre que perdeu o emprego para uma mulher mais jovem.

Transtornada, cheira muito (daí deriva o título), bebe, fuma, briga com o noivo e telefona. E como telefona. Para seus superiores, para sua mentora, entre outros. De um monólogo (tem coisa mais básica que isso?), Oliveira fez um filme igualmente simples, que custou alegados R$ 35 mil e inaugura um “novo” movimento cinematográfico, o BOAA (Baixo orçamento e alto astral).

Não curto muito o marquetchim da mendicância, foram distribuídos emails-manifesto assinados pelo próprio diretor como meio de promoção do filme, mas no presente caso a gente até releva por se tratar de um filme regular, nada mais que isso, que foge do binômio Nordeste-Favela que tanto assola a cinematografia verde-amarela contemporânea, e que merece uma conferida.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 6:16:00 PM 0 comentários  

12 de junho

Grande merda!!!!

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 9:03:00 AM 2 comentários  

Proibido proibir (Crítica do filme)

Proibido proibir é sobre a juventude de hoje, que está perdida na sua própria inércia. Uma juventude que tem que arranjar novas bandeiras para levantar, que tem que descobrir contra o que se rebelar, já que o país goza de uma democracia plena (até que provem o contrário) há anos.

Caio Blat está perfeito como o estudante de medicina drogadito Paulo, assim como Alexandre Rodrigues (Cidade de Deus) como o estudante de sociologia Leon e Maria Flor, que encarna a namorada de Leon e estudante de arquitetura Letícia. O trio, que está para se tornar um triângulo amoroso, está afinadíssimo nesse filme do chileno Jorge Durán.

Na trama, Paulo e Leon dividem uma casa no subúrbio do Rio e vivem para estudar até que os filhos de uma paciente terminal de Paulo se envolvem em uma confusão com a polícia, quando o mais velho morre executado e o caçula fica jurado de morte por ser a única testemunha do crime.Letícia e Paulo resolvem visitar o menino na favela onde mora e isso os aproxima mais ainda. Eles fazem planos de salvá-lo. Enciumado, Leon decide salvar o garoto sozinho e acaba sobrando bala pra ele, como diria um jornal sensacionalista.

O filme deixa a platéia meio deprimida pois a questão da exclusão social é mostrada em sua face mais realista. É impossível não ser tomado de um sentimento quase agoniante que compartilhamos com o futuro médico de não haver o que fazer para dirimir o problema da violência urbana, ainda mais envolvendo a banda podre da polícia, que é corrupta e mata.

O único senão é o final do filme, que não chega a ser conclusivo, coisa que tem em comum com outros filmes nacionais da nova safra. Com uma coleção de prêmios nacionais e internacionais, vale uma conferida.

Cotação: * * *

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 7:20:00 PM 0 comentários  

Cão sem dono (Crítica do filme)

Mais um filme que tive a oportunidade de assistir antes dos meros mortais que não estiveram presentes na exibição no FAM, festival de cinema de Florianópolis. Baseado no livro Até o dia que o cão morreu, de Daniel Galera, conta a história da vida alienada de Ciro, alter-ego do escritor, um poeta que faz traduções e revisões para ganhar a vida.

Ciro tem um círculo social bem limitado, uma bela namorada, a modelo Marcela, e não faz muita coisa da sua vida, a não ser fumar, beber, jogar conversa fora com o porteiro e cuidar do cachorro que vive com ele.

Admito que fui assistir o longa com o pé atrás, não tive a oportunidade de ler o livro. Não esperava grande coisa apesar de ser produto de um dos melhores cineastas da atualidade, Beto Brant, em parte por causa de um texto publicado no Overmundo, por um polemista de quinta categoria que nem endeusou o filme mas com certeza execrou o livro. E como acredito no aforismo que diz que com um bom texto se faz um bom filme mas de um texto ruim não sai um bom filme, não sabia ao certo o que esperar.

Pela referência que tinha do livro, livre de preconceito, sei que o resultado poderia descambar para um cabecismo mala, porque tem muitas questões existencialistas e a maior parte da ação, ou falta de, ocorre na mente do protagonista. Ainda bem que é cinema brasileiro e não europeu.

E por ser cinema nacional, uma cena de sacanagem mais forte não poderia deixar de ser mostrada, estou falando do cunilingus que Ciro faz em Marcela que me pareceu totalmente despropositado, a não ser para se atingir um certo realismo que levou os atores a improvisarem em muitas cenas.

Com o desenrolar da história, pelas experiências por que passa, acompanhamos a transformação de Ciro de alguém sem perspectivas para uma pessoa mais responsável e madura. O final é feliz, diria até que hollywoodiano, e não compromete.

O filme estréia dia 15 de junho em SP e Rio. Demais praças não têm datas definidas. Vale assistir, ganhador de vários prêmios, é um filme simples e impossível de não se gostar.

Cotação: * * *

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 3:12:00 PM 0 comentários  

Dilema

Por que eu sou assim? Não dá pra entender o que me motiva a ser tão volúvel. Uma hora é uma, outra, aquela outra. Por que meu coração faz isso? De certo é para ter opções, para o caso de rejeição. Mas que medo infundado é esse que se apodera desse órgão vital? Nunca sofri desilusão amorosa, exceto as que eu mesmo causei.

Mulheres são interessantes, não tem jeito. Umas mais que as demais. Que fascínio é esse? Natural, dirão alguns, não és o único. Não, eu sou único e não tem jeito, igual a mim não tem. Para pior ou para melhor. Em suma, sou complicadamente simples.

Falei do coração, como um poeta piegas, mas na verdade a gente se apaixona (na falta de uma palavra menos brega) no cérebro. É lá que ficam armazenadas as informações essenciais: a cor do cabelo, o jeito de falar, o modo de andar, as formas do corpo. Daí não tem jeito, como a gente não pode colocá-lo no modo de hibernação, tem que esperar a calma se restabelecer.

Eureka! É isso, descobri, a calma só vem, para em seguida começar tudo novamente, com uma nova descarga de endorfina. Ou será feromônio?

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 7:35:00 PM 0 comentários  

Não por acaso (Crítica do filme)

Assisti ontem durante a programação do FAM, festival de cinema de Florianópolis, dentro da Mostra de Longas do Mercosul, ao filme de estréia de Philippe Barcinski, que é lançado hoje nos cinemas do país, chamado "Não por acaso".

Mesmo com nome de romance espírita, o longa não tem tema espiritualista e mostra como um acidente transforma a vida de dois homens que não se conhecem, o marceneiro que fabrica mesas de sinuca Pedro (Rodrigo Santoro) e controlador de trânsito Ênio (Leonardo Medeiros, de Cabra Cega). Pedro perde sua namorada e acaba encontrando sua subsituta na analista de investimentos vivida por Letícia Sabatella. Já Ênio descobre que tem uma filha de 16 anos (Rita Batata), que ficou órfã de mãe.

O filme, feito em co-produção com a Globo Filmes (sempre ela!) e O2 (Cidade de Deus) é simples, bem acabado, calcado na atuação contida dos atores. A cena do engarrrafamento monstro que o engenheiro de trânsito causa para conseguir impedir que sua filha chegue no aeroporto para ir para um programa de intercâmbio no exterior é fantástica.

Se fosse obrigado a fazer a cotação do filme, daria 3 estrelas. Não perca. Vencedor de 4 prêmios (Melhor Ator para Leonando Medeiros, Atriz coadjuvante para Branca Messina, Montagem e Fotografia) no Festival de Cinema de Pernambuco.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 5:05:00 PM 2 comentários  

Sgt. Peppers

Não poderia me furtar de render as devidas homenagens aos 40 anos (caralho, isso se encaixa no conceito de velharia) do lançamento de Sgt Peppers etc etc, com a banda, se é que se pode chamar de banda dois malucos metaleiros que fundem Metallica e Beatles, Beatallica tocando uma versão própria da música título.

Para ouvir baixe aqui.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 5:16:00 PM 0 comentários  

1022

Mais que o Romário. Sou do clube dos carmudos do Overmundo.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 3:16:00 PM 0 comentários  

884

O Romário marcou seus mil. Agora faltam 116 pontos para "mim" fazer o milésimo ponto no Overmundo.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 8:11:00 PM 0 comentários  

Crítica musical


Acabei de ouvir o novo disco do Megadeth. Muito bom, fazia tempo que o Dave Mustaine tava devendo.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 3:21:00 PM 0 comentários  

Sonho 5

Sonhei que era um pescador e abandonei minha família por alguns dias para pescar o famoso marlin azul. No fim das contas o mar estava muito bravo e voltei para casa de mãos abanando.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 9:28:00 AM 0 comentários  

Sonho 4

Sonhei que depois de um estágio com o Sergio Leone, eu ia fazer meu próprio western spaghetti e precisava de uma legião de figurantes para se passarem por membros da gang do bandoleiro James McNasty. Procurei nas cadeias os ladrões mais pé-de-chinelo, aqueles que ofereciam menos perigo e contratei todos eles.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 7:33:00 PM 0 comentários  

Sonho 3

Sonhei que o Daniel Filho queria me ensinar a azarar as residentes do retiro dos artistas.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 7:48:00 PM 0 comentários  

Sonho 2

Sonhei que matei o Steve de Barrados no Baile com um arpão atravessando a cabeça dele. Dava pra ver o furo do outro lado. No fim a polícia não me perseguiu porque ele era um chato que não tinha a manha de catar nenhuma mina.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 10:43:00 AM 1 comentários  

Sonho 1

Sonhei com uma morena espetacular, típico de sonhos quando a gente vê pessoas que nunca viu na vida e nem vai ver além daquele ambiente onírico. Uma pena, ela fazia coisas que até o diabo duvida.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 1:46:00 PM 0 comentários  

Dream on!

A partir de amanhã começa uma nova fase no Clube Audiovisual. Vou postar meus sonhos aqui.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 4:52:00 PM 1 comentários  

e-cologia

Semana passada Florianópolis assistiu de boca aberta a prisão de um grupo de empresários, servidores públicos e políticos sob acusação de prática de crimes ambientais. A maior parte dos detidos na Operação Moeda Verde não foi sequer algemada como acontece com os pés de chinelo no Hélio Costa.

A operação realizada pela PF visava desbaratar uma suposta quadrilha que negociava licenças ambientais para construções em áreas de preservação na Ilha de Santa Catarina. Grandes nomes da sociedade catarinense se viram atrás das grades por causa de uma jovem delegada do departamento de repressão a crimes ambientais, entre eles o dono de um dos resorts mais famosos do país e o dono de um shopping recém inaugurado.

Como geralmente acontece a Federal dá um espetáculo cinematográfico apreendendo gente, computadores e documentos, mas as prisões temporárias venceram e fora um vereador e servidores públicos da FATMA (órgão estadual de meio ambiente), FLORAM (Fundação do meio ambiente de Florianópolis) e IBAMA, todos os demais foram postos em liberdade para aguardar os desdobramentos judiciais do caso.

Os envolvidos negam qualquer malfeitoria e juram de pés juntos que não detonaram a natureza na construção de empreendimentos destinados a poucos nem pagaram propina. Eu e o Eremildo acreditamos já que até o governador, o mesmo que matou o cinema, se mostrou solidário. Para os ecologistas o estrago já está feito. Ninguém vai pôr abaixo as construções deles. Os delegados do caso vão ser transferidos para algum lugar distante e tudo volta a normalidade

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 10:46:00 AM 0 comentários  

Micro-conto com cara de poesia I

O carro não pegava de jeito nenhum,
por mais que girasse com força
a chave na ignição
e bombeasse como louca
o pedal embaixo da direção,
o carro não pegaria de jeito nenhum.

Kátia, naquela estrada, sozinha,
podia apenas esperar
que a bateria do celular
agüentasse por mais tempo
por ora essa seria a solução
pelo menos até que pudesse ligar
para seu primo em Francisco Beltrão.

Merda, exclamou
para si mesma
na madrugada fria de junho
ao constatar o sinal fraco
para efetuar a chamada de emergência.
Alguns incas peruanos apareceram
e a tomaram por uma deusa qualquer
de seu intrincado sistema de crenças.

Não era esse o tipo
de salvação que ela esperava,
entretanto ser adulada,
cortejada e presenciar
holocaustos em sua homenagem
era melhor do que ser costureira escrava em Taiwan,
trabalhar em telemarketing
ou ter um punhado de contas atrasadas.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 9:07:00 PM 0 comentários  

Loser Manos

Los Hermanos anunciam "recesso"

Por essa ninguém esperava, o que impedirá novos posts como esse. Lastimável, ainda hoje vi na comunidade Los Hermanos Floripa a raça chutando datas para o show nesse ano.

http://musica.uol.com.br/ultnot/2007/04/24/ult89u7595.jhtm

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 8:57:00 PM 1 comentários  

e-cologista

Sempre ouvi aquele velho provérbio, a origem não sei bem qual é e nem sei se chega a ser um provérbio, que é nome de seção aqui no blog e diz: plantar uma árvore, criar um filho e escrever um livro (não necessariamente nessa ordem).


O filho estou ensaiando, o livro quem sabe eu publique um com o melhor do que escrevi aqui. Agora no que tange à árvore finalmente consegui realizar. E nem precisei sujar as unhas de terra. A muda fica em Terra Rica, PR e o número dela é: 8407526, do lote 430. Quer fazer o mesmo e salvar o meio ambiente? Clique aqui.


Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 4:04:00 PM 0 comentários  

E eu ainda me preocupo com isso!!!!

Deu pro Inter. Que vergonha! Mal no Gauchão, péssimo na Libertadores. Tsc, tsc, tsc.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 9:23:00 PM 0 comentários  

Eu e a mulata que o Armani me arranjou

Nem bem tinha feito 21 anos e tinha comido tanta vadia que não dava para fazer as contas sem ajuda de uma lista telefônica. Não sei se era porque minha família era influente e rica, o que me fazia rico também, ou se bastavam apenas meu charme e atributos naturais.

Georgio Armani, grande amigo da família, entrou na cozinha com uma mulata magra, não muito bonita de rosto mas gostosa. De cabelo crespo quase à altura da nuca. Trazia consigo uma bunda que não era grande coisa e os peitos menos que regulares dentro de um biquíni de crochê. Mas ela tinha sido eleita Alguma Coisa do carnaval ou estava a ponto de ser.

Troço doido! O capo da moda, cafetão de mulata. Essa eu não sabia e imaginei como esse cargo ficaria no cartão de visita dele. Como meu avó antes do meu pai eu conhecia todo o mundo importante e influente. Esse era uma espécie de tributo que o estilista prestava a mim sem razão alguma, me presenteando com algumas horas de putaria com a mulata.

Ela não demonstrava grande inteligência ou se tinha, não havia sentido a menor vontade de demonstrar. Tirei a parte de baixo do biquíni dela antes da parte de cima. Ela não reclamou nem se tocou que poderíamos ir para um lugar com mais privacidade.

Ali no meio da cozinha não lhe pareceu pouco apropriado; para mim tampouco, só que existe um troço chamado moral e bons costumes que meus familiares prezam e que escaparam de dentro de minha mente pelo ouvido com o auxílio de uma corda.

Levei-a para o meu quarto e nem fechei direito a porta, mal encostei. Minha irmã entrou e me viu com a mulata pelada em cima da cama. Nem se importou muito com isso e saiu. Assim como eu, minha irmã deve ter perdido os seus bons costumes.

Agarrei a mulata, fiz ela ver e me chupar o pau que estava imenso e disse que queria meter em seguida. Ela não estava tão emocionada como eu desejava. Ela tinha consciência de que era um presente, um objeto. Ela era assim com todo mundo. Aqueci a negrinha falando tanto sujeira em seu ouvido que hoje ela ainda deve estar tirando coisas de lá de dentro.

Na verdade ela ainda não tinha sido eleita, ia concorrer mais tarde. Seu enfado se justificava pela demora no tempo passar. Antes de eu estocar, ela se revoltou e disse que demorei demais. A primeira vez que registro isso: uma mulher me chamando de lento. Logo eu que não acredito em preliminares e na necessidade de ser formalmente apresentado previamente a fornicação.

Vestiu aquele biquíni ridículo e minúsculo e um bandido barato, vestindo um terno caro, de uma quadrilha rival, entrou no meu quarto pela porta-janela de vidro e exigiu a mulata para ele. Peguei uma cadeira e desci com vontade no bastardo, como o bugio de 2001 com o osso na mão, e destruí seu nariz que já era medonho.

Georgio veio ver o que estava a acontecendo e ouviu ameaças de processo do bandido nocauteado dirigidos a ele e a mim. Que merda de mafioso era aquele! Ao invés de uma emboscada traiçoeira e perfeitamente tradicional, queria resolver esse assunto num tribunal.

A essas todas ela estava na praia sendo coroada, finalmente. Não agradeci o presente ao Armani que nem ligou para isso. É melhor o italiano caprichar no aniversário de meu pai. A expectativa é que ocorra outra putaria desenfreada melhor que a do ano passado com modelos internacionais chupadoras e às vezes lésbicas.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 3:51:00 PM 13 comentários  

Bonde das letras

A essa hora a polêmica envolvendo certos escritores selecionados a dedo, uma editora, renúncia fiscal e uma idéia genial já está caduca mas mesmo assim vou dar minha opinião.

Homônimo do filme de Wong Kar-Wai, o famoso projeto "Amores Expressos", vulgo Bonde das Letras, é uma idéia a princípio muito louvável: levar escritores novos ou seminovos para dar um rolê por várias cidades famosas do mundo que não sejam no Brasil e voltar para casa com um livro que a Cia das Letras publicará sobre amor. Que romântico!

Até aí tudo bem. Acontece que isso vai acontecer às expensas do seu, do meu, do nosso suado dinheirinho. E com um processo de escolha dos nomes mais contestado que a escalação do Valdir Peres para o gol da seleção de 82. Parece que foram escolhidos apenas 16 camaradas da patota do escritor João Paulo Cuenca, que nessa brincadeira vai para Tóquio, e do produtor Rodrigo Teixeira (O Cheiro do Ralo). Teve amigo que ficou de fora, o que não garante grandes coisas como critério de isenção.

Além da edição das obras o orçamento de 1, 2 milhão de reais, captados via renúncia fiscal (Lei Rounet), também serve para a produção de documentários sobre o périplo de cada autor atrás da inspiração em terras estrangeiras e conseqüentes compras de direito autoral de adaptação para cinema dos livros resultantes desse verdadeiro trem da alegria.

É muita grana! Quantos livros não poderiam ser adquiridos para as bibliotecas públicas com esse montante? Teixeira anunciou que teria dinheiro para tocar o bonde mesmo que não arrecade pela Rouanet. Nada mais justo, a lógica de mercado que deve prevalecer. Nunca entendi esse tipo de capitalismo assistido pelo governo que a gente tanto cansa de ver no nosso cinema, música, teatro, artesanato.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 4:34:00 PM 0 comentários  

Enfermaria

Suturas. 6 pontos = 3 cestas dentro do garrafão ou 2 de fora. Só para o baixo astral não tomar conta.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 9:56:00 AM 10 comentários  

Transex também é gente

Ocupando ontem meu tempo de ócio, conforme prescrição do Dr. De Masi, com joguinhos inofensivos em uma das comunidades do orkut de que faço parte, descobri um participante no mínimo curioso. Eu não sou de fuçar no orkut alheio, aprendi com erros passados que certas coisa convém não saber. Tomo a iniciativa de visitar apenas quando é mulher que me visitou primeiro e seu nome me desperta a curiosidade. Se for no mínimo simpática, i.e. feinha, deixo um olá e vou embora. Nada do tipo, "ei, que você andou fazendo no meu perfil?" (o meu melhor é o esquerdo). Se for bunita (sic), passo uma cantada barata qualquer, meu sorriso faz o resto.

Tergiverso e não chego ao ponto. Ok, a pessoa em questão me chama a atenção pelos trajes que usa na foto. Como são miniaturas, pensei se tratar de uma mulher liberal, usando um maiô meio indecente, desses que deixa a barriga de fora, com alguém cortado da foto (ex-alma gêmea?). Caberia aqui o blábláblá filosófico sobre a forma como a internet serve como um canal para projetarmos o que está no íntimo de cada um de nós, louco para sair se a oportunidade aparecer, de nos fantasiarmos, como os caras que freqüentam chats e usam pseudônimos e personalidade femininos, tudo aquilo que algum francês falou mais e melhor no Caderno + da Folha. Como estamos nesse blog mal escrito e mal freqüentando, isso fica em último plano e volto a falar do que interessa: Dominique.

Quem se chama Dominique nos dias de hoje? Lembro de uma canção chata que a Noviça Voadora ou a Rebelde cantava, era muito irritante. Movido pela curiosidade do nome, entrei em seu perfil e vi seu nome (de guerra) completo: Dominique Gatinha, até aí normal, tem gente que não se enxerga. O nome não acaba por aí, há mais um sobrenome artístico: Transex. O que fazer uma vez que estou marcado como visitante? Aproveitei e dei uma olhada no álbum de fotos. Espantoso, matéria para pesadelos durante semanas. Fotos despudoradas de lingerie de noiva, de freira, ente outras. Grotesco, no sentido John Waters no começo de carreira da palavra. Falei dos livros do maus poetas no post anterior me perseguindo em sonho. Isso é fichinha perto dos horrores oníricos que poderei ser acometido.

O lado bom do episódio de hoje foi a demolição de um falso mito. Transexual também é filho de Deus e é gente como a gente, (trocadilho não intencional), apesar do que diz a Encíclica Papal De rabus placere non usarebum. Além dos padrões de comportamento sexual pouco ortodoxos, Dominique também quer se divertir com jogos inocentes como qualquer pessoa.

Bom, se ele(a) retornar a minha visita, vou ser simpático e deixar meu olá no seu scrapbuqui.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 5:59:00 PM 1 comentários  

O boêmio voltou

Voltei, com vontade de preencher linhas e mais linhas com tudo que está preso em meu coração. Prosa vinda do mais escuro recanto de minha alma. Eu já tinha prometido antes que nunca mais ia escrever aqui além da anterior? Eu minto, um pouco. Não como o Maluf, acho que ninguém consegue.

Minha carreira no Overmundo está indo bem, eu diria. Não sou o mais votado ainda, as chamadas para minhas matérias foram estampadas na primeira página e o aproveitamento tá 100%, tanto no Overblog quanto no Banco de Cultura. O pessoal tá lendo, baixando, dando pitaco e vou fazendo novos amigos como se fosse um orkut de escritores, dá para deixar scraps pros outros e gerar polêmicas, como eu fiz com um poetelho.

Por falar em poesia, o Banco tem tantas e de tantos estilos que de algumas cometidas lá tenho medo. Pesadelos recorrentes com livros mal escritos me perseguindo. Sim, porque vários dos poetas foram publicados, e não me refiro ao tão propalado cyberspace, mas do mundo real, onde se pode pegar o produto, folhear e se sentir o cheiro característico de um livro. Sorte do nosso olfato que má poesia não cheira, dessa Deus nos poupou.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 8:36:00 PM 0 comentários  

Adieu!!!!!!!

Larguei de mão o AV Clube. Entrei pro Overmundo mesmo com toda a frescura pra tua colaboração entrar no ar. Teste do sofá, prova dos nove, consulta no SERASA, sei lá. Faltam 16 horas para o público de lá conhecer-me melhor.

Vou abandonar de vez porque depois de não sei quantos anos bostando aqui, queimando neurônios à toa para gerar polêmica gratuita, os coments geralmente davam traço no Ibope. Lá, não, sem que minha contribuição, o texto que tá mais embaixo "Cansei de ser besta!", esteja disponível, pessoas estão comentando.

Vou te dizer: Overmundo é coisa de povo cult, não é qualquer nego que chega e escreve coisinhas meu-querido-diário hoje eu acordei feliz, tem que ter alguma coisa para dizer. Quanto mais intiligente melhor, sobre música, cinema, literatura, poesia e teatro também (eu não disse que o site era perfeito.)

Esse sou eu lá. Desconfio que as minas sejam feinhas, quase não tem fotos nos perfis. Então não vale me acusar de entrar nessa pra catar muler, como eu fiz quando entrei pro cinema.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 11:48:00 PM 0 comentários  

A virtude da persistência

Já comentei com vocês sobre esse filme que estou preparando? Acho que não. É um roteiro meu adaptado de uma peça sobre aborto. Vou precisar de um milhão para fazer, então deixa eu ir me despedindo de todos e começar a plantação.

Piada infame a parte, o fato é que para o cara ser cineasta (na falta de uma palavra melhor vai essa mesmo) é necessário muita paciência. Paciência para aprovar o projeto nas leis de incentivo, paciência para convencer os investidores de que vale a pena dar grana para o filme ser feito, isso antes de ter rodado uma única cena.

Depois tem que ter paciência para controlar os chiliques dos grandões do elenco, paciência é a palavra. Uma dica do Spielberg para iniciantes é usar sapatos e/ou tênis confortáveis e outra do Nelson Pereira dos Santos é arranjar uma cadeira, porque tudo vai demorar. Duas muito válidas por sinal, melhor do que perguntar qual lente usar para a cena de nudez da gostosa da atriz principal.

Sabe aquelas contagens regressivas para grandes eventos? Tipo o relojão da Globo para os 500 anos do Brasil. Estimo que em 90 dias tudo esteja em ordem para a partir dessa data querida, estar autorizado a mendi, quer dizer captar recursos para a produção. Como sou esse poço de otimismo, às vezes dá vontade de largar tudo e fazer um concurso púbico, púbico mesmo, como em cinema pornô.

Tudo isso para falar de sonho, cinema e de um filme em particular. Que me anima, que além do meu pai não me deixa desistir do sonho de fazer esse filme como tem que ser feito. Fome Animal (Brain Dead), primeiro filme de Peter Jackson (Sr. dos Anéis). Feito com 3 milhões, uma ninharia até para os padrões baixo orçamento, num pequeno país chamado Nova Zelândia, não exatamente um celeiro de diretores mundialmente aclamados, num gênero restrito (gore/splatter) e com milhares de litros de porco utilizados nas cenas mais sanguinolentas que o cinema ocidental já viu.

Apesar do tema (mortos-vivos comendo a carne dos vivos) e de ter uma das mocinhas mais feias do mundo, não que a beleza da protagonista fosse quesito avaliado pelo júri, o filme foi sucesso de crítica e de público, ganhando prêmios em 92 num dos festivais mais importantes do cinema fantástico, o de Alvoriaz, na Espanha.

A partir daí a carreira de seu diretor foi num crescendo, eles fez umas porcarias pelo caminho, Almas Gêmeas, com Kate Winslet (ainda na Nova Zelândia) e Espíritos, seu primeiro filme americano, com Michael J. Fiofox. Sua grande sacada foi transformar em sucesso cinematográfico a saga com cara de RPG O Senhor dos Anéis. Não em um filme mas em três, cada um com 3 horas de duração. O que abriu caminho para que fizesse mais tarde uma refilmagem de King Kong com base no original de 1933.

Claro que não foi um duende verde que disse: "Vá até o final do arco-íris e ache o baú recheado de moedas de ouro no valor de milhões de doláres" e ele obedeceu e o resto é história. Todo seu sucesso foi resultado da paciência, persistência, um bom agente e acima de tudo de uma visão criativa fodona. Se não foram essas as razões então deve ter sido o duende.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 1:35:00 AM 0 comentários  

Pé nas bolas

Caindo diante do Liverpool, nas oitavas da Champignon´s League e empatando com o Real em casa, o Barcelona nunca mais foi o mesmo depois da final do mundial com o Inter. Nem o Inter...

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 8:21:00 PM 0 comentários  

Bush no BR

Mesmo com poucos fãs pelo mundo, Bush teve no Brasil, em única apresentação em SP. Não fui assistir ao show. Sempre achei a banda fraca, derivativa. O vocalista ainda pega a Gwen Stefani? A única exigência foi que não faltasse álcool.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 7:34:00 PM 0 comentários  

Blog-mensagem

Parabéns a você mulher nesta data tão especial. Sem você nada seríamos. Vocês são mães, amigas, namoradas, amantes. Além do mais quem ia cuidar tão bem da casa, cozinhar, passar, cortar as unhas da mão direita com a tesourinha senão vocês. A costela até que foi uma troca justa.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 9:58:00 AM 23 comentários  

The Black and Blue Album

Rap e roque sempre combinaram, seja ele pesado ou não. Desde a trilha sonora do filme Judgment Night, que a mistura não soava tão bem. Agora o que uns DJS gênios fizeram merece um Grammy.

Tiveram a idéia (não original, Jay-Z + Linkin Park, alguém recorda?) brilhante de juntar simplesmente a melhor banda do mundo com um rapper de ponta, phodão. Isso que eu chamo de aperfeiçoamento. Weezer + Jay-Z = http://www.jay-zeezer.com/

Só não compreendi porque apenas 18 segundos da minha música.

Toque do Marcel Bely

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 12:18:00 AM 0 comentários  

Cansei de Ser Besta!

Ultimamente ando muito reticente em ouvir bandas novas, ainda mais as recém saídas das fraldas, quando ainda nem coloquei os anos 90 em dia. Tenho mais bandas em mp3s que tempo para ouvir e quando eu chegar na letra M, provavelmente nem vai mais existir mp3. Num exercício de futurologia prevejo que a música vai ser distribuída por telepatia, o que deve ser bem pior do que o som do carro de limpeza passando na sua rua.

O que me leva a questão: Cansei de Ser Sexy é de verdade, é pra ser levado a sério? Diz a crítica gringa que sim, menos o cara da Veja, que não gosta de nada mesmo. Tão bombadas no exterior, abrindo para Deus e o mundo, o sucesso já deve estar subindo à cabeça das meninas, imagina quando Deus e o mundo abrirem para CSS.

Diz a Wikipedia, a Barsa que não precisa nem ter a 4a série para contribuir com verbetes, sobre CSS: "Formada em setembro de 2003, a banda começou de maneira descomprometida (claro, sucesso e fama pra quê?) e, com excepção do baterista, ninguém sabia tocar direito seus respectivos instrumentos." Nesse meio tempo tornaram-se virtuoses. Engraçado vai ser o dia que a bateria eletrônica der pau ao vivo, fudeus.

Não consigo parar de ouvir. Difícil dizer o que é mais espantoso a japa fedelha cantando em inglês ou em brasileiro. Quando não faz os dois na mesma música. É impressão minha ou Superafim é influência da Kelly Key. Finalmente reconheceram o talento da carioca. Antes tarde do que nunca.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 6:42:00 PM 0 comentários  

Necronomicon

É 25 de março e os corpos de James Brown e Anna Nicole ainda estão inseputos.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 9:07:00 PM 0 comentários  

Interpretação faz parte da prova

Tá, eu sou bem picareta. Atualizei 2 ou 3 vezes essa bagaça desde que 2007 começou e durante a longa vida desse espaço utilizei o expediente de colocar vídeos aqui pra disfarçar a ocasional falta de assunto.

Nenhuma novidade aqui, todo mundo faz isso, basta ver o deus-nos-acuda no dia em que a Bocarelli bloqueou o YT, mas tinha feito a mim mesmo a promessa de nunca, nunca postar conversas do msn, talvez pelo conteúdo picante da maior parte delas com mulheres (todas de maior, seu Siro Darlan) ou pelo menos é o que elas alegam. Até hoje...

Recebendo pérolas oitentistas e aproveitando para reouvir clássicos como Biafra (Sonho de Ícaro), Dalto (Muito estranho), Marquinhos Moura (Meu mel), todos compostos pela dupla de peso Sullivan e Massadas, um amigo meu, da indústria musical, cuja sensibilidade musico-letristítica me impressiona a cada dia, me brindou com a seguinte interpretação.

A F diz:
Repetir o amor já satisfaz.... dentro do bombom há um "licor a mais"

leandroide diz:
credo, isso não pode ser nem considerado má poesia

A F diz:
deixa eu INTERPRETAR esse trecho pra ti

A F diz:
Biafra é GAY. Ele deve ter dormido com um negão ou com um mulato. Após o negão (ou mulato) tê-lo comido ele se virou e disse ao cara que queria DE NOVO!!! Ele disse ao cara:
Repetir o amor .... dentro do bombom há um "licor a mais"

A F diz:
Agora é com VOCÊ deduzir o que é o BOMBOM e a que "licor a mais" ele se refere....

leandroide diz:
q podre

leandroide diz:
preferia nca ter lido isso
ahaahahaha

A F diz:
huaaaaaahuahuahuahuahua

A F diz:
isso é interpretação MINHA

Como ele mesmo grifou é uma interpretação DELE, meu interlocutor e a Constituição defende o sacrossanto direito de liberdade de expressão. Como ele teve acesso à predileção interracial do Biafra, não me pergunte, uma parte de mim que apreciava esse tipo de confeito recheado morreu.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 3:35:00 AM 1 comentários  

2007 começa agora!

Então o ano começou de verdade! Não, não tou dizendo isso por causa do fim do carnaval e o Brasil voltar a girar na sua rotação normal. Finalmente, depois de muita espera voltei a acompanhar a 3a temporada de Lost. Que maravilha!

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 1:31:00 PM 0 comentários  

Odisséia Uruguaia I

Os eventos descritos nessa saga em 5 capítulos completaram 5 anos em Dezembro. Achei legal compartilhar com vocês.

Como tudo começou

Conhecia apenas o Gaúcho e sua esposa. Eles eram de Jaguarão e tinham uma merceariazinha perto de minha casa no norte da Ilha. Fazia tempo que não tinha notícias deles até que lá em casa alguém ficou sabendo que ela tinha morrido de câncer no pulmão. Tinha ouvido falar de seus filhos mas não os conhecia.

Devido a morte na família, Rosana, acho que a filha do meio, veio do interior do Rio Grande do Sul para dar uma olhada no velho, que estava passando por um período de difícil adaptação com a perda recente. Conheci essa figura, bem extrovertida e maluca, no bom sentido, é claro. Como eu me iniciava nessa coisa de produção audiovisual e não dizia não para nada, surgiu o convite para ser o criador das imagens no telão para uma apresentação da escola de dança que ela e o Joselo (leia-se Rosselo) um uruguaio cabeludo, que tocava violão e era seu namorado, mantinham em Jaguarão.

O espetáculo seria realizado em 15 de dezembro de 2001 numa cidade do Uruguai, chamada Melo (leia-se melo) distante cem quilômetros de Jaguarão, que ficava no final do Rio Grande do Sul. Do lado de cá, o Brasil, passando a ponte sobre o rio Jaguarão ficava a cidade de Rio Branco, Uruguay.

Saímos de Florianópolis em 9 de dezembro, domingo, um dia de atraso em relação aos planos originais. Esses atrasos iriam se constituir numa coisa corriqueira com aquele casal transnacional por todo o período que passei com eles. Junto com a gente ia também Cristiano, um cara que dançava na companhia deles e que eles trouxeram para ajudar no trabalho aqui.

Dividi a direção com ela pelo longo trajeto de mais de 14 horas. Por volta das 11 horas de noite estávamos em Pelotas, a cidade que gozava daquela boa fama que a cerca. Na verdade apenas uma hora de estrada em linha reta nos separava de nosso destino e, cansados e famintos, resolvemos parar para comer numa lanchonete que ela freqüentava na época de estudante universitária. A especialidade da casa era o à la minuta, o bom bife com ovo. Pedimos 2 pratos e a comida demorava.

Em volta da nossa mesa, podemos perceber que o recinto era freqüentado pelas pessoas mais esquisitas. Velhotas feias e mal maquiadas que tinham saído para dançar em algum bailão na noite de domingo e que iam fazer uma boquinha antes de irem embora. Algumas tinham conseguido se dar bem, o que não queria dizer muita coisa.

Tentava evitar que o preconceito pela cidade me dominasse mas foi inevitável deixar de pensar em todas as piadas de veado de Pelotas que escutei. Os dois sujeitos que ficavam no caixa eram e não tinha como negar. Eles ficavam olhando para mim e para o Cristiano que sentava do meu lado. A visão deles estavam desimpedida pois o casal neura tinha saído para ligar para alguém em Jaguarão, avisando que estávamos quase lá.

Chegando em Jaguarão deixamos Cristiano na casa da vó dele e seguimos pela simpática cidadezinha de fronteira até a casa/escola. Encontramos Abelardo no caminho e ele tinha a chave. Estávamos acabados e fui instalado num dos quartinhos da escola, pegando no sono imediatamente.

A cidade, como disse antes, é bem simpática e aprazível, suas casas são grudadas umas às outras e quase sempre sem portões ou grades na frente, com suas portas da frente dando direto para a calçada. Os quintais são todos escondidos. As ruas são de paralelepípedo e bem largas, como que avenidas, separadas por canteiros de árvores plantadas a uma boa distância umas das outras.

Há dois clubes lá: o Jaguarense e o outro que me esqueci o nome no mesmo lado da rua, separados por alguns prédios e o Hotel Sinuelo. Isso tudo de frente para a grande praça com a igreja matriz à esquerda.

Na segunda pela manhã, conheci algumas das bailarinas, que vi apenas na gravação em VHS de outra apresentação no teatro da cidade. Pensei que elas eram mais velhas, a média no entanto era de 13-14 anos, o que me deixou apreensivo já que eram pré-adolescentes demais para o meu gosto. As professoras delas eram as que mais chegavam perto de uma faixa etária que não me deixariam em encrenca. A mais nova tinha 18 anos.

Acompanhei alguns ensaios das meninas, fui apresentado a todas elas e suas professoras, atravessei várias vezes a ponte. Acabei descolando uma ilha de edição para trabalhar nas imagens do telão com um uruguaio que trabalhava em uma loja de fotografia. Ele ainda gravava eventos e fazia as propagandas das lojas locais para a TV por assinatura da cidade para o típico gaúcho de almanaque, dono da loja.

Leia a seguir outras coisas que me aconteceram no período que fiquei entre o extremo sul do Brasil e o Uruguai.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 8:18:00 PM 0 comentários  

Odisséia Uruguaia II

Perrito aplastado

Estar naquela cidadezinha uruguaia me fazia lembrar os anos 70 que eu era muito novo para ter conhecido bem. Anos 70 nem tanto, mas um quê de 1980 e poucos era possível sentir no ar. Podia apenas imaginar como deveria ser o dia-a-dia vagaroso, o longo arrastar das horas ao se viver nesse exato ponto da América do Sul há duas décadas.

Não apenas as cores das roupas e modelos de carros velhos estacionados em ruas largas e por vezes não asfaltadas que remetiam a esse período. A própria cor da cidade era meio granulada como um fotograma de filme antigo 8mm. Era engraçado de ver nas ruas velhinhas e crianças em seu meio de locomoção habitual, mobiletes azuis em sua maioria com as cestinhas para compras no guidon.

Na frente do Centro de Diversiones Musicales de Rio Branco, um boteco de sinuca e música ao vivo aos sábados à noite, onde uma garota escutava sucessos latinos, estávamos os três andando nas ruas calmas e pouco trafegadas no meio da tarde. Do banco detrás do carro pude sentir que tínhamos passado por uma lombada pelo pulo do carro. O detalhe é que a lombada tinha pêlos e começou a gritar de dor.

O carro rodava a baixa velocidade, mesmo assim ter passado com os pneus por cima do pequeno cachorro foi o suficiente para condená-lo, como nos explicou o veterinário, amigo dos pais da Rosana e médico da família, que dirigia o carro, ao ver o animal sangrando pela boca.

Enquanto o animal morria na mesa do consultório após receber uma injeção para acabar com seu sofrimento, voltamos ao local do “crime”. O sentimento de culpa pelo acidente dominou minha amiga e ela chorou não apenas pelo cachorrinho, aproveitou e desabou também pela perda recente que tivera na família.

A mãe da garota era brasileira e disse para não nos preocuparmos, mas que deveríamos providenciar as exéquias do animal. A menina estava chorando em seu quarto, diferentemente do modo apático como reagiu aos apelos do cão de apenas 4 meses alguns minutos atrás.

Voltamos à clínica. O doutor Malfato nos sugeriu que levássemos ao Basurero Municipal para deixarmos o corpo do cachorro já devidamente enrolado em sua mortalha, um grande saco de ração para cavalos.

Para chegarmos ao tal lugar, guiados pelas indicações do veterinário, passamos por uma parte da cidade um pouco mais afastada do centro onde tudo havia ocorrido. Vimos casas pequenas e feias em terrenos minúsculos cercados por arame farpado. Era mais para frente, passando o cementerio, como nos disse uma velha com cara de figurante mexicana.

No fim após circularmos por mais uns cinco minutos sem encontrar o depósito de lixo da cidade, acabamos abandonando o corpinho do cachorro em um terreno que estava sendo coberto com aterro. Assim dentro de uns pneus o cadáver ficou.

Atravessando a ponte na volta para o Brasil nos demos conta de que não sabíamos o nome do animal.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 11:20:00 AM 0 comentários  

Odisséia Uruguaia III

Interlúdio campestre

Desembarquei do ônibus que fazia o percurso Rio Branco-Melo e fiquei no meio do nada, cercado de muito pampa em volta e pouca civilização para me encontrar perdido. Joselo e Rosana demoravam a chegar, sabia que o pai dele tinha terras por ali e pelo combinado eles me buscariam no Km 75. Passei a desconfiar de suas combinações, ainda mais quando eles combinavam com terceiros que ficavam encarregados de me comunicar o combinado.

Na real não estava perdido e mal pago como suspeitara. Como o maldito horário de verão deixava os relógios uruguaios atrasados uma hora em relação à hora oficial do Brasil, eles nem sabiam que eu já estava esperando há uma hora na beira da estrada. Antes do descontrole bater, tinha abordado no auge do desespero um tio de bombacha, com cara de índio que morava em um sítio ali perto. Perguntei ¿hay telefono? e ele disse ¡no!

Como se não bastasse o horário não ter fechado o que mais os atrasou foi o fato de Joselo querer guiar o carro, mesmo sem saber, por uma estrada longa e complicada. Ao ver o carro chegar me alegrei e agradeci a Deus.

A estrada era horrível mesmo, de areia, toda irregular e curva mas o cenário compensava tudo. Aqueles longos campos verdejantes a se perder de vista, com o céu escurecendo e ficando cinza e azul em certas faixas com a luz do sol já se retraindo. Depois de anos aquela beleza agro-pastoril continua bem viva em minha memória.

Era segunda-feira e como sempre os planos eram passarmos o dia lá e voltar de noite para o outro lado da fronteira e preparar o retorno triunfal para outra apresentação no sábado seguinte do espetáculo das meninas e então voltar para SC.

Acabamos ficando lá a noite toda e me arrependi de ter deixado minha mala em Jaguarão com minhas roupas. Restava a esperança de que retornaríamos no mesmo dia, assim comecei a perceber que os dois eram ruins em cumprir os esquemas previamente planejados.

Conheci o velho Pepe, pai de Joselo, um uruguaio de cabelos brancos criado no pampa, fanático pelas novelas brasileiras das 8. Todo dia ele sentava em frente à TV com sua comida e assistia a’O Clone. Uma vez quando as mulheres tinham saído da sala ele se vira em seu sofá e fez um comentário bastante lisonjeiro acerca dos peitos da Giovana Antonneli e todos rimos com o velhinho safado. Tão logo acabava a novela e lá ia ele para seu quarto, escutava uns tangos que tocavam no rádio e devia dormir descansado, para acordar cedo no outro dia.

Conheci também a irmã de Joselo e o marido dela, um contador de histórias com os dentes meio ruins. Esse sujeito se vestia como o gaúcho típico e andava a cavalo e se ocupava com a lida da terra. A irmã de Joselo lembrava pouca coisa o irmão. Ela se ocupava das tarefas domésticas.
Havia dois cães, pastoreiros, eles cuidavam da criação de ovelhas, bois e vacas e cavalos.

Um carneiro de nome Guancho também vivia solto pela área, ele tinha, segundo me contaram, o hábito desagradável de atacar as pessoas. O animal era perigoso quando baixava a cabeça e vinha na direção de sua vítima e eu que acreditei ter feito amizade com ele, mas não fui poupado. O bastardo me atacou também. Deram um jeito nele amarrando-no a uma corda presa na cerca, assim parecia um cão numa coleira.

Por questão de uma noite tinha perdido uma festança regada a caipirinha e mate com música ao vivo do violão do uruguaio e com o Juliandro, primo de Rosana e percussionista que acompanhava Joselo nas apresentações de dança. Morava ali também a tia Éster, uma senhora pequena e simpaticíssima que se preocupava com todos como se fossem os filhos que não teve.

Luz elétrica só do gerador a querosene, por isso de noite a casa ficava escura, iluminada por velas, e pela TV quando estava ligada. O sistema para tomar banho era muito simples, não que eu esperava hidromassagem, só que uma caneca e balde com água fazendo as vezes de chuveiro eram bem menos do que eu gostaria.

Na primeira noite, como achava que íamos embora no outro dia acabei pulando o banho, além do que eu nem tinha outra roupa para trocar. De novo amaldiçoei a minha burrice pela mala que ficou do outro lado do rio, no Brasil.

Logo era noite do outro dia e ainda estávamos ali. E outra noite na companhia agradável daquele pessoal. Me tornei um campesino por excelência, enrolava e fumava meus próprios cigarros de fumo de corda todas as noites. Tocávamos e cantávamos ao ar livre e limpo do campo. Comecei a compreender os poetas do arcadismo.

Fiquei alguns dias com a mesma roupa, de segunda a quinta, quando iríamos a cidade de Melo e ver a gravação da entrevista que o casal binacional iria dar para a emissora local.

Nesse ínterim andei a cavalo, coisa que tinha feito uma vez na vida e tomei banho em uma sanga que estava dentro das terras de Pepe. A água era clara e quente, uma delícia, aproveitei para lavar o couro. Fui com Rosana um tempo depois dos outros. Eles tinham ido para lá a cavalo, na volta nos cederiam o transporte eqüino. Esperei a roupa secar ao sol e retornamos para a casa montados nos quadrúpedes. Mais acostumado com o trotar no lombo do animal eu ia menos tenso. No dia anterior tinha dado uma volta com um cavalo que segundo o contador de lendas, era xucro, e não relaxei muito, aproveitando pouco a experiência.

Eu adorei o lugar, gostaria de ter um refúgio como esse para recorrer quando me sentisse estressado e de saco cheio dos problemas da civilização. Não sei se teria muita paciência com aquela calma por tanto tempo, mas por um mês no verão eu garantiria ficar sossegado e sem me preocupar com o resto do planeta.

Por mais que me sentisse feliz ali, acho que dificilmente abdicaria dos confortos do mundo urbano, entretanto Juliandro estava quase deixando para lá a vida na cidade e se dedicando à vida em local tão bucólico. Ele dizia que estava cansado da vida de artista e que já tinha aprendido os ritos da família e que por ele ficava lá para o resto da vida. Não havia como não concordar mas não era para tanto. Lembre-se que era verão, queria ver se ele enfrentaria o inverno que parecia ser bem rigoroso com tanta galhardia.

Com alguma tristeza por deixar para trás um lugar tão maravilhoso, fomos para a cidade, tia Ester foi conosco. Nos despedimos de todos os que ficaram e imaginei a vida continuando no ritmo próprio que aquele lugar encerrava.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 8:21:00 AM 0 comentários  

Odisséia Uruguaia IV

De como eu fui parar em um inferninho chamado Fechoria´s

Agora que me encontro um tanto quanto ébrio, acho que minha língua, quer dizer meus dedos se soltam. Vou até contar uns lances que me oc, credo que difícil achar as letras assim, vou até contar mais um lance que me ocorreu na minha famosa odisséia urugaia, uruguaia, é assim mesmo? Deve ser.

Bom, depois da apresentação de dança contemporânea das meninas no Teatro Espanha em Melo, acabei cruzando a fronteira de volta para Jaguarão e pensei que ia haver festa lá, mas que nada! As gurias acabaram dormindo na van na hora que durava o trajeto e pude me dar conta da burrada que fiz. Fiquei sabendo depois que um amigo que tinha ficado lá curtiu bem mais a noite uruguaia de sábado com o cara que fez a iluminação do espetáculo e vinha de Montevidéu.

Continuando, passei o resto do sábado em uma festinha meia boca no Jaguarense e o domingo meio na merda, sem muito rango à disposição, sozinho com apenas um canal de televisão disponível, a Rede Globo (sinal onipotente é isso aí) e chuviscos incompreensíveis de uma TV uruguaia.

Na segunda-feira Abelardo, esse só vendo pra crer, uma coisa magra e cabeluda, com um nariz digno do descrito pelo Gogol, um baita bailarino no fim das contas, me dá um troco para pegar o táxi para ir até a magnífica rodoviária de Rio Branco, do outro lado da ponte e tomar ônibus para descer no Km 75 da Carretera para Melo. De lá eu esperaria até que a Rosana e o Joselo fossem me apanhar de carro. Era para ficarmos um dia nas terras do pai dele e voltar em seguida.

Acabamos ficando até quinta à tarde. Só então fomos para a cidade de Melo, a última escala na volta para Jaguarão, para falar com um pessoal da TV local e iríamos embora mais tarde naquela noite mesmo. Estava tarde, devido a um fato que pode ou não ser narrado em outro relato desses ficamos de dormir na casa de Joselo na cidade e seguir viagem no outro dia.

Estávamos eu, Joselo, Rosana e o primo dela, Juliandro, o percussionista que acompanhava o uruguaio, seu nome quase fazia dele quase meu xará. O casal ia dormir cedo mas não sem antes me liberar a chave do carro para dar umas bandas em Melo. Circulamos atrás da casa de um amigo de Joselo e como não encontramos, abastecemos o carro e voltamos para o centro da cidade a procura de um bar para passar o resto da noite.

Fomos até um boteco ali por perto, que ficava numa esquina, desses com as mesas na calçada. Momento cultural à Tarantino: uma coisa bem interessante do Uruguai é que lá a garrafa de cerva tem 1 litro, imagine quatrocentos emê-éles a mais! Perto da nossa mesa estavam alguns uruguaios da cidade que conversavam animadamente. Um deles, conhecido de Juliandro, acabou puxando papo conosco. Conversamos pouco com eles.

Não tínhamos esperança de encontrar companhia feminina naquela noite, havíamos sido rechaçados por umas meninas da cidade quando paramos numa pracinha para pedir informação a respeito da rua da casa de Fred.

Acabamos topando sem querer com Fred e sua esposa, o amigo motoqueiro e maconheiro, por pura coincidência. Andavam de moto e passaram pela esquina, Juliandro acabou fazendo-os parar e tomar um traguinho conosco.

Nossos vizinhos de mesas discutiam música. Eles achavam Renato Russo uma merda, por outro lado Fred e sua mulher achavam o nosso falecido compositor o maior poeta e que eles deviam aprender mais sobre música antes de falar besteira. Quase uma discussão boba vira caso de polícia. Antes de tudo virar uma zona a mulher dele sugeriu que fossemos até a casa deles.
Eles deixaram a moto em casa e me perguntaram se queríamos ir a outro lugar que eles conheciam para tomarmos mais umas cervejas de 1 litro.

Conheci o cachorro deles, um grande pastor capa preta simpático, cujo nome me foge à memória. Esse casal de loucos costuma viajar de moto pelo Brasil inteiro e vi numa foto que me mostraram de uma dessas viagens o cão em cima do tanque de gasolina, feliz da vida com a língua ao vento junto dos donos. Só faltava uma jaqueta de couro e um capacete para ele, daqueles com ponta de ferro como dos alemães da 1a Guerra, para ele ser um Hell´s Angel.

Cruzamos metade da cidade e quando vi estávamos num inferninho chamado Fechoria’s. De fora parecia um boteco bastante normal com mesas de sinuca, com as ocasionais brigas que haveriam de rolar de vez em quando. Mais tarde deu para perceber que era um antro de prostituição. As pistoleiras de lá são bastante similares com as daqui. Uma delas se oferecia para um cliente no balcão e não era nem um pouco bonita. Como já era bem tarde da madrugada o cara não quis o programa e nossa hora estava chegando.

Ficamos lá um bom tempo e confraternizamos com alguns dos freqüentadores que nos eram apresentados pelo Fred. Eu, que mesmo sabendo falar o idioma, raramente me comunicava em espanhol, me fazia fluente na língua deles. Uma coisa que percebi de diferença dos uruguaios para os argentinos é que os últimos não fazem o menor esforço para entender o português e quando entendem ainda assim se fazem de desentendidos. Como? perdon? e a fatal: no compreendo. Já os uruguaios, pelo menos os que conheci, se não falam português pelo menos entendem o que se diz para eles na nossa língua.

Eu estava chumbado, cansado e precisava dirigir de volta, sem falar que estava longe de casa, sem carteira de motorista e nem conhecia a cidade direito. Não vi um policial o dia inteiro e não gostaria de conhecer a força da lei de lá. De alguma forma, encontrei o caminho da casa onde estávamos hospedados.

Juliandro ficou no quarto com a tia Ester, jurando que estava sendo esperto, pois encontrou uma cama prontinha para ele, mas eu dei a sorte grande: um quarto particular e uma cama de casal só para mim. Dormi até a metade da tarde da sexta.

As tias, a outra era a mãe de Joselo, eram as mais queridas e nos ofereceram comida assim que acordamos. Que vidão! No meu quarto vi aquela emissora que em Jaguarão eram apenas chuviscos e pude me divertir bastante com os noticiários que relatavam os cacerolazos e a queda do Fernando deles e algumas novelas locais, que não perdiam de jeito nenhum para as melhores mexicanas do SBT. Acho até que vi um capítulo inteiro de Carrossel Dos, pena que a Thalia não fazia parte do elenco.

Nem acreditei que voltávamos para Jaguarão naquele dia mesmo. Na viagem de volta colocamos o casal a par de nossas aventuras na divertidíssima noite de Melo. Nada mal para uma balada de quinta-feira num país vizinho.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 11:13:00 AM 0 comentários  

Odisséia Uruguaia Parte Final

Feliz navidad

Tínhamos voltado de Melo na sexta e na segunda, véspera de natal, na metade do caminho para Pelotas, eu e Rosana decidimos parar o carro no acostamento. Decidiríamos se continuávamos até Porto Alegre e chegaríamos a tempo da ceia de natal numa casa de uma amiga ou prima. Ou se retornávamos para Jaguarão e seguiríamos viagem no dia seguinte, adiando pela milionésima vez a volta para casa.

Adianto desde já que passei o natal em Jaguarão. O que aconteceu? Quando finalmente estava tudo pronto para Florianópolis e que dessa vez não passava, depois de uma semana extra na cidade depois da segunda apresentação das gurias, Joselo bate o pé, decide que vai ficar e ir para Melo no outro dia, sozinho. E eu, no meio dessa crise conjugal de graves proporções.

Sem chorar mas visivelmente infeliz Rosana resolve pegar a estrada de qualquer forma, já era 11 da manhã do dia 24. Paramos em um restaurante para mandar para dentro um prato de bife com ovo antes de seguir viagem. Senti que ela não queria ir deixando um assunto pendente. Ainda que não agüentasse mais tanto atraso, fiquei com pena dela nessa situação.

Corta de volta para o acostamento: olhei para ela e ela me olhou e voltamos para Jaguarão. Ela falou que ia improvisar alguma ceia natalina e eu imaginando o pessoal lá em casa, me esperando depois do milésimo alarme falso de meu regresso.

Esse natal em família para mim seria uma coisa bem importante. Eu havia passado um mês fora de casa, com raiva do mundo e quando tinha voltado nem tive tempo direito de reforçar minhas relações com meus pais pois havia embarcado nessa legítima odisséia no começo de dezembro com previsão de duração de uma semana e que já entrava em sua terceira semana.

A tal ceia natalina foi um pedaço de paleta de ovelha que ela descolou antes do armazém fechar, lá as padarias e açougues fecham as oito da noite. Não me recordo de ter algum dia experimentado carne de ovelha e fiquei imaginando seu sabor. Vi pouca carne em volta daqueles ossos compridos e curvos.

Os dois mal se falaram quando se reencontraram e todo o pessoal da cidade estranhou a nossa volta. Devem ter compreendido que passar o natal na estrada devia ser uma bosta e que acertamos em retornar.

Por volta das nove a ovelha foi posta no forno para assar e eu em cima, acompanhando e torcendo para que ela ficasse pronta logo. O bife do almoço, a última refeição do dia, não estava no meu organismo há horas.

Um sujeito chamado Jardel, primo do tipo maluco da Rosana, apareceu e foi convidado a se juntar à mesa naquela noite. Ele fumava um mata-rato de doer os pulmões e bebia por profissão, era pescador e me contou alguns causos do mar que ele e amigos enfrentaram. Ao saber que eu morava em Santa Catarina puxou do bolso uma história que se passou com ele no litoral norte do estado.

E nada da ovelinha sequer ficar dourada.

Não satisfeitos em fazer o natal do primo, o casal ainda teve tempo de ir providenciar um Papai Noel para um casal de amigos uruguaios que tinham dois filhos pequenos e que iriam receber o presente das mãos do bom velhinho em pessoa, me deixando com Jardel que me contou vários podres da prima. Não esquenta, R., não vou divulgar o que sei.

Detalhe: quando o Brasil adota o horário de verão, fica-se uma hora adiantado em relação ao horário oficial do país vizinho. Portanto eles foram chegar com o homem vestido de vermelho e gorro na cabeça por volta da 1 da manhã. Eu já tinha me impacientado quando os vi passar na esquina da outra quadra para entrar na casa dos amigos. Era com certeza o pior natal de minha vida.

Deixei Jardel tomando conta da ovelha no forno e fui até a casa dos uruguaios, com a maior cara de fome. Chegando lá todos extremamente simpáticos, desde os pais do cara até os pais da mulher, me mostraram o caminho das cervejas e as cestas com frutas e queijos e presuntos cortados em cubinhos e espetados em palitinhos. Meu natal estava salvo, por ora.

Conversei um bocado com o pai de Roce, que era da Galícia. Ele me explicou que vários uruguaios eram descendentes de galegos e me contou piadas dessa parte da Espanha, que eram tratados calorosamente pelos uruguaios da mesma forma como vemos os lusitanos do outro lado do Atlântico.

Fizemos um intercâmbio de piadas. Eu falava português e espanhol e todos me elogiavam, eu creditava isso à cerveja. Rosana e Jocelo voltaram para o primo e a ovelha que a essa hora já devia ter passado do ponto e me deixaram lá depois da entrega dos presentes.

Gostaria de poder ver a minha própria cara ao testemunhar aquele ritual de entrega de presentes com direito a performance do velho Noel em pessoa. Todos ganhavam presente menos eu, é óbvio. Devia haver alguns me esperando se algum dia voltasse para Florianópolis. Faltava menos de uma semana para a virada do ano e já imaginava meu Reveillon em Jaguarão.

Comi mais um pouco e o sujeito que fazia as vezes de Papai Noel ficou para comer conosco e beber na sala. Nessa hora a barba era afastada e voltava para o lugar caso algum fedelho aparecesse por lá. Ele bem que tentou contar histórias deprimentes para alegrar nosso natal mas felizmente ele teve que se ausentar.

Fiquei para a sobremesa e fui-me embora perto das 2 e meia da madrugada, cumprimentando todos e agradecendo a acolhida calorosa, meu estômago mais agradecido ainda. Por incrível que pareça ainda dava tempo de encontrar meus conhecidos da cidade e pegar o começo da festa de natal no clube Jaguarense, festa que durou até seis da manhã quando começaram a abrir as janelas do salão que costuma ser menor em outras nas festas em fins de semana comuns.

No almoço do outro dia é que fui sentir o gosto daquele pedaço de ovelha, e ligar para casa para dizer que no outro dia estávamos voltando... No dia 27 finalmente fomos embora de Jaguarão. Nunca mais pus os pés lá.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 4:27:00 PM 0 comentários  

Polegar para cima!!!!

Assunto nunca falta, falta vontade e tempo. É bom ler outros blogs para descobrir outros blogs para descobrir outros blogs. Mais legal ainda quando o cara se depara com um bacana com tiras de humor engraçado. Não que que os que costumo acompanhar sejam decepcionantes (alguns sim) e atualizados a cada ano bissexto.

Foi o que aconteceu. Li no Malvados. Conferi a dica e rrrecomeindo: http://blogdolafa.blogspot.com/

De terceira mão mas é de coração.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 4:51:00 PM 0 comentários  

Ano novo, vida nova!

Que blogueiro relapso que sou, não entro aqui desde o ano passado.

A todos um 2007 de cinema.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 6:45:00 PM 0 comentários