Clube Audiovisual

Deixa eu contar como aconteceu: a cerimônia era simples, ia rolar na sala de imprensa da sede do governo. O MC também não ajudava. Ele leu os nomes dos primeiros premiados na ordem de colocação e sem fazer suspense. Eu não estava entre eles. Achava que tinha mais chance nessa do que na outra categoria que estava concorrendo.

Desde a edição anterior, quando fiquei mal colocado no ranking só ficando na frente de um velho jornalista que não sabia fazer projetos e que ficou em penúltimo e último em todas as categorias que competiu, evitei criar expectativas. Aí fiquei puto comigo mesmo, com o mundo, com o seleção de 98.

Na ano que não ganhei, meu pai foi ver. Foi em ritmo de altas produções a festa de entrega, com direito a troféu e tudo. Eu tinha meio que proibido ele de comparecer nessa e me ver voltando de mãos abanando. Ele não se importaria mas eu sim.

Ao anunciar a próxima categoria, a outra em que concorria de novo, o apresentador fez a mesma coisa e como estava ainda ponderando com os meus botões como não ia ser dessa vez de novo e preparar a cara de perdi mas eu sei que tenho talento pralguma coisa nessa vida, não entendi direito quando o cara leu meu nome como primeiro colocado. Apatetado, levei alguns segundos pra entender.

A minha torcida organizada, um amigo (produtor) e minha namorada (autora do conto), me sacudiu da pasmaceira e aí fui pro abraço, vibrei como se fosse o Senna ganhando em Interlagos e fui apertar a mão do careca. Mas nem uma merdalinha????

Nada mal prum projeto que eu tinha varado a madrugada finalizando como todo bom brasileiro e há poucos minutos do prazo final para protocolar a entrega no CIC.