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Cão sem dono (Crítica do filme)

Mais um filme que tive a oportunidade de assistir antes dos meros mortais que não estiveram presentes na exibição no FAM, festival de cinema de Florianópolis. Baseado no livro Até o dia que o cão morreu, de Daniel Galera, conta a história da vida alienada de Ciro, alter-ego do escritor, um poeta que faz traduções e revisões para ganhar a vida.

Ciro tem um círculo social bem limitado, uma bela namorada, a modelo Marcela, e não faz muita coisa da sua vida, a não ser fumar, beber, jogar conversa fora com o porteiro e cuidar do cachorro que vive com ele.

Admito que fui assistir o longa com o pé atrás, não tive a oportunidade de ler o livro. Não esperava grande coisa apesar de ser produto de um dos melhores cineastas da atualidade, Beto Brant, em parte por causa de um texto publicado no Overmundo, por um polemista de quinta categoria que nem endeusou o filme mas com certeza execrou o livro. E como acredito no aforismo que diz que com um bom texto se faz um bom filme mas de um texto ruim não sai um bom filme, não sabia ao certo o que esperar.

Pela referência que tinha do livro, livre de preconceito, sei que o resultado poderia descambar para um cabecismo mala, porque tem muitas questões existencialistas e a maior parte da ação, ou falta de, ocorre na mente do protagonista. Ainda bem que é cinema brasileiro e não europeu.

E por ser cinema nacional, uma cena de sacanagem mais forte não poderia deixar de ser mostrada, estou falando do cunilingus que Ciro faz em Marcela que me pareceu totalmente despropositado, a não ser para se atingir um certo realismo que levou os atores a improvisarem em muitas cenas.

Com o desenrolar da história, pelas experiências por que passa, acompanhamos a transformação de Ciro de alguém sem perspectivas para uma pessoa mais responsável e madura. O final é feliz, diria até que hollywoodiano, e não compromete.

O filme estréia dia 15 de junho em SP e Rio. Demais praças não têm datas definidas. Vale assistir, ganhador de vários prêmios, é um filme simples e impossível de não se gostar.

Cotação: * * *

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 3:12:00 PM  

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