Rádio

Óbvio Mundo Roque

O dia tava com cara de Los Hermanos, não barbado, cinza como as músicas mais melancólicas. Não era tanto pelo frio mas eu nem ia tomar banho. Ia ser praticamente uma confraternização da tribo indiegena. No fim não só tomei banho como lavei o cabelo. Agora que eu não ia pegar ninguém mesmo.

Quando saí de casa, a chuva começou. Era um longo caminho até a Lagoa, quase desisti do show. Lá chegando o mano Brista queria uma grana ferrada pra flanelar. Consegui um desconto considerável. Os truta era firmeza. Salve rapaziada!

Perto das vans de cachorro quente, encontro minhas velhas colegas de auditório: Carol e Sandra. A Carol não sabia da notícia mais quente do ano. Conheci o australiano da Sandra. Como ele é fofo, no sentido adiposo da palavra. Consegui uma credencial de imprensa com um camarada da imprensa. Eles foram embora, essa noite ia ser carreira solo.

Perdi todas as bandas de abertura menos a última. Um dia quem sabe eu vou num show para vê-las. Hoje não. Eles sentiram na pele a segregação musical, tocaram num palquinho fuleiro num canto do salão. Incongruência, discriminação? Se eu fosse de uma banda grande faria o mesmo. Ser tratado diferente faz parte do rito de passagem de qualquer artista.

Dei uma circulada enquanto não começava. Revi conhecidos, entre eles o Guto Lima, produtor e o único que sabe o que tá fazendo no conselho de cultura do estado (ainda és?). Ele me zoou por causa da credencial, falei que tava cobrindo pro meu blogue e aí pra não passar por mentiroso, tive que criar esse blogue do nada em um dia.

A última vez que fui num show dos loser manos tinha sido uns 2 anos atrás. Os do CIC compromissos da minha atribulada agenda não me permitiram comparecer. Como eu sei que eles são meio como o Pato Banton, sempre voltam, não me desesperei.

Vamos ao que interessa! Tá certo que os caras não ostentam mas poderiam caprichar no figurino. Jeans e camiseta Hering é phoda. Quando eu tocava, não colocava nada de muito especial, só que evitava vestir a primeira coisa que via no armário. A gente até desconsidera esse desleixo quando começa o som. Pois É abriu a noite seguida de O Vento.

Não vou comentar uma por uma não, nem o revezamento deles entre os instrumentos. E do jeito esquisito e cool que o Amarante se move ao tocar. Quem foi, viu e ouviu. Seleção bacana, quase nada do primeiro. E lá pela uma hora rola a coisa mais inédita dos últimos tempos: tocaram aquela. Aquela!!!!!

Foto By Kerowl

A credencial escrito IMPRENSA me abria as portas. Eu teria acesso total ao camarim, fingir uma entrevista e ver se a barba do Amarante era real ou se ele pegou emprestado do departamento de maquiagem dos Outros. Ou assim eu pensava. Eu tinha o crachá mas não tinha a pulseira amarela, a contraprova. Já uma mina fofinha, no sentido uti-cuti do termo, tinha apenas a pulseira. Juntos conseguimos entrar.

A gente não tava perdendo grande coisa. O camarim era deprimente, só perdendo para o imaginário do Ramirez na Creperia. Igual ao do Émerson Lake & Palmer Nogueira acho que nunca mais, bebida a vontade e petiscos de primeira. Da banda apenas o Amarante e o Camelo. A Carpe Diem, a da pulseira amarela, resolveu dizer para o Camelo que acha uma pena eles serem reconhecidos por Ana Júlia. Ele disse fui eu que escrevi e se levantou. Tsc, tsc.

Não tiro fotos com o pessoal das bandas eles que tiram comigo. Hahahaha. O Camelo visivelmente abatido, afinal eles são sensíveis, não queria mais posar. Tinha cansado de ser sexy no palco. O barbudão ainda tinha algum gás. Eu, a Carpe, um amigo dela e o Amarante tiramos uma foto. Na hora de dizer xis surgiu uma pequena variação, todos dissemos pau no cu. Espero que isso não pegue, em certos círculos sociais não seria de bom alvitre.

A banda já tinha vazado e não tinha mais nada para se fazer por ali. Um segurança babaca ainda confiscou minha credencial como se ela fosse valer uma fortuna num site de leilão. No fim dei carona para algumas 7 ou 8 pessoas que conheci no camarim. Todos gente finíssima, da melhor qualidade. A noite acabou numa casa desconhecida, com todo mundo organizadamente vendo o orkut do outro e discutindo aquela música.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 8:33:00 PM  

6 comentários:

Anônimo disse... domingo, novembro 19, 2006 10:08:00 PM  

heyyyy!
adorei teu blog, em especial, este post!
tenho uma proposta pra te fazer depois!
procure-me no MSN!
beijoca!

: disse... domingo, novembro 19, 2006 10:32:00 PM  

Hahaha, gostei do relato. "Olha a rua pau no cú!"..

Anônimo disse... domingo, novembro 19, 2006 11:29:00 PM  

Aixii, se eu soubesse que iria ser assim...Bem, é lógico que eu imaginei que seria perto disso. ehehhe. Agora, se nós 4 tivéssemos entrado juntos; com cerveja(afinal, ql era?) teria sido 10x ao quadrado da hipotenusa neh?
Mas se entrássemos, tu iria me matar com o desconto que o cara queria me dar no VIPzinhu. ehheheh.
Bjus Carol colega de auditório ehhehe. Ou melhor: Foocarol backstage rules!
Te vejo durante a semana? =)

Anônimo disse... segunda-feira, novembro 20, 2006 1:05:00 PM  

AQUELA música, cujo nome não ousamos pronunciar. hahaha
Povo besta.

Anônimo disse... segunda-feira, novembro 20, 2006 11:49:00 PM  

Ultimamente não leio posts de blogs inteiros, ou no máximo dou uma pausa para tentar entender o que está escrito. Droga! Você quebrou o círculo de blogs ruins que eu leio.

Pô, tua amiguinha não tinha nada melhor para perguntar? Eu faria o mesmo que o Camelo, apesar de concordar com ela.. HAHAHA.
é, eu não entrei no camarim, mas consegui um autógrafo do Barba - cujo bafo era de maconha, não de cerveja - na saída. :)

E como dizia minha professora: Continue assim!
(para não puxar tanto o saco como as menininhas daqui)

Leandróide disse... segunda-feira, novembro 20, 2006 11:58:00 PM  

Hmmm, valeu pelos elogios depois eu acerto o cachê com vocês.

Posé, a menina o que tinha de bunitinha tinha também de sem noção.

Eu acho Anna Júlia do carai. Eu tinha feito no mesmo ano uma musquinha nome de guria e taus mas eles foram mais rápidos. Droga!!!!!

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