Rádio

Cada um com seu cada um

Tinha lido na Folha a respeito de “Cada um com seu cinema” (2007) e fiquei imaginando quando iria passar aqui ou mesmo se passaria aqui. Das duas uma: ou rolaria no cinema do CIC ou no Sol da Terra.A última opção é a resposta certa.

Vamos ao filme, ou melhor aos filmes, já que são vários curtas de vários diretores que fizeram parte da história do Festival de Cannes. O projeto tinha como finalidade homenagear os 60 anos do festival.

Não vou dizer qual é o melhor, mas gostei muito do curta do Polanski, chamado “Cinema Erótico”. Destaco ainda os curtas do Claude Lelouch, Takeshi Kitano, Chen Kaige, Theo Angelopoulos, Ken Loach, não necessariamente nessa ordem. O Alejandro Iñarritu foi ele mesmo e usou uma variação do que fez em Babel com a japonesa surda-muda, colocando aqui uma cega para assistir um filme.

Paguei minha língua (pela milésima vez só nessa década) ao constatar que um dos mais bem humorados era um do Lars von Trier, aquele do Drogma 95.

O único brasileiro a participar foi o Walter Salles que colocou o Castanha e o Caju para fazer uma embolada sobre Cannes. Se tivessem me convidado, meu curta seriam 3 minutos de malho de um casal no escurinho assistindo Titanic.

O mais legal foi ter reencontrado um dos meus gurus, o cineasta Eduardo Paredes. Falei dos meus projetos literários. Ele pra variar me instigou e disse pra transformar em curtas: “Roda com uma PD mesmo, cuida do som. O que importa é ficar bom, depois corre atrás de patrocínio pro transfer e aí tu tem um curta em película.”

Isso que eu chamo de uma boa má-influência.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 1:08:00 PM 0 comentários  

O bom samaritano

Nunca mais ajudo ninguém nessa vida. Quais morri. Um cara chegou na produtora e estacionou o carro dele meio que como se fosse entrar na garagem da casa anexa ao local aonde a gente trabalha. O carro não ficou rente ao meio fio, ficou quase 45° e a rua é uma lomba braba. Eu devia ter me tocado que ninguém pára assim de bobs.


A Karla falou o carro tá descendo, gente! Vai bater no carro do Fábio (namorado dela e nosso colega também). A gente foi pra ver qual era. A mim parecia que balançava com o vento leve que soprava. Como eu tava mais perto do carro me incumbiram de puxar o freio de mão.

Nem abri a porta, puxei pelo vidro aberto. Só que ele continuou se mexendo. Aí abri a porta e sentei pra puxar o freio de mão mais pra cima e engatar uma marcha. Nisso o carro começou a andar sozinho, comigo dentro. O Fillipi ficava falando liga o carro, liga o carro. E eu procurando a chave, o volante parecia de ônibus. 

A direção travou e eu vendo o barranco se aproximar, embaixo há casas. Já me imaginei morto, se não fosse interceptado antes por um carro descendo a outra rua transversal. No fim parei no carro de uma fornecedora da produtora. Segundo relatos das testemunhas, o carro levantou as duas rodas laterais e voltou. E eu congelado dentro do carro sem conseguir me mexer. Pelo menos não tinha morrido. 

A Karla e o Fillipi, preocupados com a repercussão - pagar o estrago nos 2 veículos - queriam que saisse do carro. Pra fazer cara de paisagem e dizer que o carro desceu sozinho. Já tinha uma galera em volta. Saí tremendo, querendo beijar o chão como o papa, dando graças por estar respirando.

O saldo do prejuízo não vai ser eu que vou pagar, só o que me faltava. O dono do carro do freio bichado mesmo assumiu que não deveria estar usando ele. O cara ficou de pagar o conserto. A dona do outro carro era conhecida dele. Ficou tudo em casa. Agora que passou o susto, consigo rir do aconticido. No fim das contas tenho que reconhecer que tenho sorte mesmo,  sempre caio em pé.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 5:32:00 PM 2 comentários  

"O peneu furou, tio"

Geralmente minhas histórias são longas, hoje vou ser breve pois estou relaxando. Essa vida de operário da imagem tá me desgastando. Até que fazer os eventos é tranquilo, o foda é chegar nos lugares. Ainda mais quando tu vai de carro próprio, torrando gasolina. Bom, tinha acabado a colação dos nerds da computação e já tinha que ir pro baile no LIC, montar luz e taus.

Pra relaxar enquanto dirigia, estava ouvindo a chapadaça Amy Winehouse. De repente aquele som característico se ouve. Flép flép flép. O pneu furou. No início da descida do morro da Lagoa. Não tive dúvida, fui até o clube daquele jeito. Olhava pelo retrovisor lateral pra ver se não rolava faísca do aro. Nada. Quando passei pela entrada do estacionamento, um cara apontou o óbvio. Estacionei na primeira vaga perto da entrada do salão.

É, acho que a história tá ficando grande no final. Isso que não contei que a lâmpada do meu pau de mil explodiu bem na hora da valsa. Resumindo: foi mais uma noite dos infernos. Fizemos a valsa praticamente sem luz, já que o outro iluminador era daqueles de jardim com uma lâmpada de 500W.

Nem coloquei as coisas na mala do carro, já tirei o macaco e o estepe. Não foi tão difícil desatarraxar os parafusos do pneu com aquela chave. Usei as patas para isso. Agora imagina a cena: eu, trocando a parada, e todo mundo saindo do baile. Uma das recepcionistas da empresa de formaturas veio ver o que era. Queria que ela fosse pra longe, não só por causa do esforço que eu tava fazendo, mas por um outro motivo que pode ser tópico prum próximo post.

No fim deu tudo certo, como sempre. Ou não.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 5:03:00 PM 2 comentários  

Coletivo

Pois é, tomei gosto por esse lance de ebook, tanto que quando o Tiago Spina me convidou para participar desse "Coletivo", não pensei 2 vezes e enviei meus textos. Dos 3 que mandei, 2 estão lá. O pessoal que escreve lá é fodão. Fiquei até com vergonha dos meus textos descompromissados. Clica na capa e boa leitura!


Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 4:17:00 PM 1 comentários