Rádio

Carreiras (Crítica do filme)

Carreiras, o último filme do dramaturgo Domingos de Oliveira, estreou antes na telinha (Canal Brasil), numa estratégia similar a Dias Melhores Virão, de 1990, de Cacá Diegues.

Baseado numa peça de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha (criador de A Grande Família), o longa, produzido em vídeo digital durante 8 noites, mostra uma noite na vida de uma âncora de telejornal, Ana Laura (a ótima Priscila Rozenbaum), que descobre que perdeu o emprego para uma mulher mais jovem.

Transtornada, cheira muito (daí deriva o título), bebe, fuma, briga com o noivo e telefona. E como telefona. Para seus superiores, para sua mentora, entre outros. De um monólogo (tem coisa mais básica que isso?), Oliveira fez um filme igualmente simples, que custou alegados R$ 35 mil e inaugura um “novo” movimento cinematográfico, o BOAA (Baixo orçamento e alto astral).

Não curto muito o marquetchim da mendicância, foram distribuídos emails-manifesto assinados pelo próprio diretor como meio de promoção do filme, mas no presente caso a gente até releva por se tratar de um filme regular, nada mais que isso, que foge do binômio Nordeste-Favela que tanto assola a cinematografia verde-amarela contemporânea, e que merece uma conferida.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 6:16:00 PM 0 comentários  

12 de junho

Grande merda!!!!

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 9:03:00 AM 2 comentários  

Proibido proibir (Crítica do filme)

Proibido proibir é sobre a juventude de hoje, que está perdida na sua própria inércia. Uma juventude que tem que arranjar novas bandeiras para levantar, que tem que descobrir contra o que se rebelar, já que o país goza de uma democracia plena (até que provem o contrário) há anos.

Caio Blat está perfeito como o estudante de medicina drogadito Paulo, assim como Alexandre Rodrigues (Cidade de Deus) como o estudante de sociologia Leon e Maria Flor, que encarna a namorada de Leon e estudante de arquitetura Letícia. O trio, que está para se tornar um triângulo amoroso, está afinadíssimo nesse filme do chileno Jorge Durán.

Na trama, Paulo e Leon dividem uma casa no subúrbio do Rio e vivem para estudar até que os filhos de uma paciente terminal de Paulo se envolvem em uma confusão com a polícia, quando o mais velho morre executado e o caçula fica jurado de morte por ser a única testemunha do crime.Letícia e Paulo resolvem visitar o menino na favela onde mora e isso os aproxima mais ainda. Eles fazem planos de salvá-lo. Enciumado, Leon decide salvar o garoto sozinho e acaba sobrando bala pra ele, como diria um jornal sensacionalista.

O filme deixa a platéia meio deprimida pois a questão da exclusão social é mostrada em sua face mais realista. É impossível não ser tomado de um sentimento quase agoniante que compartilhamos com o futuro médico de não haver o que fazer para dirimir o problema da violência urbana, ainda mais envolvendo a banda podre da polícia, que é corrupta e mata.

O único senão é o final do filme, que não chega a ser conclusivo, coisa que tem em comum com outros filmes nacionais da nova safra. Com uma coleção de prêmios nacionais e internacionais, vale uma conferida.

Cotação: * * *

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 7:20:00 PM 0 comentários  

Cão sem dono (Crítica do filme)

Mais um filme que tive a oportunidade de assistir antes dos meros mortais que não estiveram presentes na exibição no FAM, festival de cinema de Florianópolis. Baseado no livro Até o dia que o cão morreu, de Daniel Galera, conta a história da vida alienada de Ciro, alter-ego do escritor, um poeta que faz traduções e revisões para ganhar a vida.

Ciro tem um círculo social bem limitado, uma bela namorada, a modelo Marcela, e não faz muita coisa da sua vida, a não ser fumar, beber, jogar conversa fora com o porteiro e cuidar do cachorro que vive com ele.

Admito que fui assistir o longa com o pé atrás, não tive a oportunidade de ler o livro. Não esperava grande coisa apesar de ser produto de um dos melhores cineastas da atualidade, Beto Brant, em parte por causa de um texto publicado no Overmundo, por um polemista de quinta categoria que nem endeusou o filme mas com certeza execrou o livro. E como acredito no aforismo que diz que com um bom texto se faz um bom filme mas de um texto ruim não sai um bom filme, não sabia ao certo o que esperar.

Pela referência que tinha do livro, livre de preconceito, sei que o resultado poderia descambar para um cabecismo mala, porque tem muitas questões existencialistas e a maior parte da ação, ou falta de, ocorre na mente do protagonista. Ainda bem que é cinema brasileiro e não europeu.

E por ser cinema nacional, uma cena de sacanagem mais forte não poderia deixar de ser mostrada, estou falando do cunilingus que Ciro faz em Marcela que me pareceu totalmente despropositado, a não ser para se atingir um certo realismo que levou os atores a improvisarem em muitas cenas.

Com o desenrolar da história, pelas experiências por que passa, acompanhamos a transformação de Ciro de alguém sem perspectivas para uma pessoa mais responsável e madura. O final é feliz, diria até que hollywoodiano, e não compromete.

O filme estréia dia 15 de junho em SP e Rio. Demais praças não têm datas definidas. Vale assistir, ganhador de vários prêmios, é um filme simples e impossível de não se gostar.

Cotação: * * *

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 3:12:00 PM 0 comentários  

Dilema

Por que eu sou assim? Não dá pra entender o que me motiva a ser tão volúvel. Uma hora é uma, outra, aquela outra. Por que meu coração faz isso? De certo é para ter opções, para o caso de rejeição. Mas que medo infundado é esse que se apodera desse órgão vital? Nunca sofri desilusão amorosa, exceto as que eu mesmo causei.

Mulheres são interessantes, não tem jeito. Umas mais que as demais. Que fascínio é esse? Natural, dirão alguns, não és o único. Não, eu sou único e não tem jeito, igual a mim não tem. Para pior ou para melhor. Em suma, sou complicadamente simples.

Falei do coração, como um poeta piegas, mas na verdade a gente se apaixona (na falta de uma palavra menos brega) no cérebro. É lá que ficam armazenadas as informações essenciais: a cor do cabelo, o jeito de falar, o modo de andar, as formas do corpo. Daí não tem jeito, como a gente não pode colocá-lo no modo de hibernação, tem que esperar a calma se restabelecer.

Eureka! É isso, descobri, a calma só vem, para em seguida começar tudo novamente, com uma nova descarga de endorfina. Ou será feromônio?

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 7:35:00 PM 0 comentários  

Não por acaso (Crítica do filme)

Assisti ontem durante a programação do FAM, festival de cinema de Florianópolis, dentro da Mostra de Longas do Mercosul, ao filme de estréia de Philippe Barcinski, que é lançado hoje nos cinemas do país, chamado "Não por acaso".

Mesmo com nome de romance espírita, o longa não tem tema espiritualista e mostra como um acidente transforma a vida de dois homens que não se conhecem, o marceneiro que fabrica mesas de sinuca Pedro (Rodrigo Santoro) e controlador de trânsito Ênio (Leonardo Medeiros, de Cabra Cega). Pedro perde sua namorada e acaba encontrando sua subsituta na analista de investimentos vivida por Letícia Sabatella. Já Ênio descobre que tem uma filha de 16 anos (Rita Batata), que ficou órfã de mãe.

O filme, feito em co-produção com a Globo Filmes (sempre ela!) e O2 (Cidade de Deus) é simples, bem acabado, calcado na atuação contida dos atores. A cena do engarrrafamento monstro que o engenheiro de trânsito causa para conseguir impedir que sua filha chegue no aeroporto para ir para um programa de intercâmbio no exterior é fantástica.

Se fosse obrigado a fazer a cotação do filme, daria 3 estrelas. Não perca. Vencedor de 4 prêmios (Melhor Ator para Leonando Medeiros, Atriz coadjuvante para Branca Messina, Montagem e Fotografia) no Festival de Cinema de Pernambuco.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 5:05:00 PM 2 comentários  

Sgt. Peppers

Não poderia me furtar de render as devidas homenagens aos 40 anos (caralho, isso se encaixa no conceito de velharia) do lançamento de Sgt Peppers etc etc, com a banda, se é que se pode chamar de banda dois malucos metaleiros que fundem Metallica e Beatles, Beatallica tocando uma versão própria da música título.

Para ouvir baixe aqui.

Escrito, produzido e dirigido porLeandróide às 5:16:00 PM 0 comentários